quarta-feira, 7 de julho de 2010

Esperanto é coisa séria !

Prezados senhores deputados, prezados representantes do legislativo brasileiro

Saluton!

Motivado pelos meus amigos esperantistas, resolvi dar meu testemunho de usuário do Esperanto há quase 5 décadas. Talvez minhas argumentações os ajudem a dar um voto de confiança ao Esperanto para aprovar o ensino dessa língua aos nossos alunos de ensino médio.

Esperanto não é língua universal.  Talvez, estranhem essa frase, mas o Esperanto foi criado para ser língua internacional. Língua neutra entre os povos. Língua de todos, antes mesmo que tenhamos consciência dele. É como nosso ar que respiramos, pertence a todos e, às vezes, nem notamos que ele existe. Esperanto não pertence a nenhuma nação, pois pertence a todas as nações. Esperanto não é como inglês. Esse sim é uma língua nacional e imposta como universal. O inglês não pertence aos brasileiros, mas lhes é imposto como uma língua universal e sem alternativas culturais. O inglês é uma língua para ganhar dinheiro e não cultura. Além disso, somos sempre estrangeiros ao falar inglês. No entanto, consagradamente, o inglês é importante para o mundo de hoje, mas temos que dar chance ao mundo e aos nossos alunos  secundaristas em poder conhecer uma alternativa de língua democrática. Com o Esperanto é diferente, ele é nosso por princípio, é uma língua de direitos humanos consagrados. Sendo ele é para todos, não faz discriminação de ninguém. A sintonia do Esperanto é a paz e a compreensão. Ele nos traz os princípios de um mundo melhor.

Esperanto é uma língua política. Sim, o Esperanto é uma língua planejada para ser uma língua política de democracia lingüística. É um filho da revolução francesa em que a tônica principal é a liberdade de expressão, a igualdade entre as mentes e a fraternidade entre os homens das diversas nações. O Esperanto é um libelo da paz, um cadinho cultural, onde se pratica a internacionalização das idéias; forma sempre um amálgama de contatos multinacionais, onde todos são importantes e no qual todos têm a sua vez de falar. É democracia internacional pura. Todos são iguais na internacionalização dos contatos humanos, por isso oferecemos a paz como um veículo para a humanidade chegar a seu futuro. É uma língua supranacional e de conservação cultural dos povos e suas línguas. A UNESCO já reconheceu isso e o Vaticano também. Mas as nações precisam conhecer o Esperanto mais profundamente e o Brasil tem essa chance política, como nação emergente, de mostrar o seu empenho de internacionalização da igualdade cultural. Estamos em um mesmo planeta e em termos de democracia lingüística, só a conseguiremos com o Esperanto.

Esperanto também é brasileiro. Talvez não saibam, mas somos um dos países do mundo com mais esperantistas. Somos muitos e temos história centenária no uso do Esperanto. Grandes autores e artistas acariciaram essa língua dúctil. Fosse um Olavo Bilac, fosse um Cruz e Souza ou o nosso querido Guimarães Rosa. Todos lutaram por nossa língua, hoje praticada com muito orgulho por todos esperantistas no Brasil. Sabiam que não sentimos mal se cantarmos nosso hino nacional em Esperanto (link)? E se fosse em inglês, ao invés do português? Talvez essa pequena mostra  demonstre como o Esperanto também é nosso, assim como de todo mundo. Esperanto é neutro. Não ofende nações, ao contrário, as integra através da compreensão. Ser esperantista é ser um pouco mais brasileiro.

Um abraço afetuoso de um esperantista que pôde falar em Esperanto em mais de 20 países do mundo e em cada país encontrou muitos seres humanos com quem pôde se comunicar de igual para igual, sem mostrar poder ou falta dele e sem se sentir estrangeiro. É uma experiência única ter o Esperanto em nossa bagagem cultural, vamos abrir nossos corações aos nossos alunos, levando-lhes a esperança de nosso Esperanto.

Contamos com o seu apoio sincero.

Abraços de um samideano,

Adonis Saliba

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